3.4.09

[sem título]

Voava o Condor dizendo
"Melhor era o céu anil
Lá da terra do meu sangue"
Lá palmeiras (mais de mil)
Verdejavam os jardins
Que não via no Brasil

Sabiá olhava torto
Para o pássaro estrangeiro
Queria contar-lhe toda
História do brasileiro,
Desde os antigos indígenas
Que estavam aqui primeiro.

"Ano de 1500
Chegaram as caravelas
E todos os portugueses.
Nossas matas, de tão belas,
Invadidas pelo branco
Hoje não há nada delas.

São Vicente foi fundada:
O princípio da minha terra.
Terra fria e sem cana,
Pr'o progresso a espera.
O regente no Brasil
Descobriu a roxa serra.

Desde então se vê riqueza
Na tal vila rejeitada.
Desigual, nossa cidade
De miséria é cercada,
A São Paulo da garoa
Hoje vive de enxurrada.

Do progresso do café,
Das bandeiras, os primores:
Nossas ruas têm mais gente,
Nosso céu não tem mais cores,
Nossas noites têm mais tiros,
Na Augusta, mais amores."

Sabiá o tendo dito,
Alçou voo, foi pr'exílio.


Trabalho de Literatura do ano passado >D

2 comentários:

Unknown disse...

qu bom que ue não li isso antes de entregar o meu. seus trabalhos fazem os meus parecem frase de banheiro =P

poison disse...

super você!
sabe, acho que você está sempre em um meio termo entre reflexões existencialistas e livros infantis... seria tipo tocar o xilofone em uma banda de doom metal... pode funcionar... se não funcionar, você pode ir nas duas direções ao mesmo tempo, mas separadamente... ia ser mó legal você lançar livros infantis sobre jabutis e urubus intercalados com, sei lá, "a não eloquente existencia humana vista pela perspectiva triangular" ou alguma coisa assim... ahm, enfim, só passei pra falar "oi", mas perdi a oportunidade, então só me resta o "tchau"!
beigosatemais