27.11.09

XIX

Se eu soubesse
Teu nome verdadeiro

Te tomaria
Úmida, tênue

E então descansarias.

Se sussurrares
Teu nome secreto
Nos meus caminhos
Entre a vida e o sono

Te prometo, morte,
A vida de um poeta. A minha:
Palavras vivas, fogo, fonte.

Se me tocares,
Amantíssima, branda
Como fui tocada pelos homens

Ao invés de Morte
Te chamo Poesia
Fogo, Fonte, Palavra viva
Sorte.

(Hilda Hilst. Da morte. Odes mínimas.)

2 comentários:

Fernando disse...

Belo. Vou relê-lo.

Nara disse...

sensualíssimo, achei que fosse seu, muito sensual mesmo hahahahaha