16.12.09

Porque seu pai...

"Meu pai"? Até onde eu sei, não escolhi qual espermatozóide carregaria metade de mim. Não escolhi nem pai, nem mãe. Colocar "seu pai" numa conversa não é a melhor maneira de falar sobre qualquer coisa. Tudo não pode convergir para o assunto "seu pai".
Não jogue nas minhas costas a responsabilidade por cada molécula de ar que ele respira. Mais uma vez: eu não escolhi meu pai. Não tenho culpa pelo que ele faz (ou não faz, melhor).
Eu não escolhi o seu marido também.
Não sou eu que errei uma vez e pretendo errar tantas outras vezes possíveis.
Posso ter escolhido tantas outras coisas certas e erradas. Mas não escolhi meu pai. Sem que haja qualquer valor afetivo em "pai" aqui escrito.

3 comentários:

Fernando disse...

Hmm... é de fato incongruente nos sentirmos responsabilizados pela ação de alguém que não nós, pouco importa se "pai", ou irmão, ou melhor amigo. Podemos nos responsabilizar pelo o que fizemos, pelo o que pudemos fazer, mas não pelas ações de alguém que é um indivíduo, e nada tem conosco. Ao menos na teoria... até que tentem nos indiciar como cúmplices... aí o mundo kafkiano se fecha sobre nós.

Nara disse...

olha que irônico, temos pais tão diferentes, e sentimos coisas tão diferentes por eles. Se ele for um PAI, você sentirá algo por ele e até onde eu sei, seu pai não é pai de verdade. e vc não tem mesmo nada a ver com isso. até quando a minha mãe reclama do meu pai - de quem gosto - eu penso que não tenho nada a ver com as besteiras que ele cometeu. Acho que mães têm sérios problemas com pais, sejam eles legais ou não.

Anônimo disse...

como o texto literário permite significações particulares, vou dizer que não gosto do meu pai e acho que minha mãe fez uma péssima escolha. detesto quando ela fala "ele é seu pai, oras".

verificação de palavras - unshlyco
alguém pode criar uma empresa... Unshly Co.